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sábado, 30 de abril de 2011

AQUECIMENTO E DESAQUECIMENTO VOCAL


O aquecimento vocal é uma prática saudável e recomendada por Fonoaudiólogos para profissionais da voz, pessoas que utilizam a voz como ferramenta para o trabalho. O aquecimento corresponde à realização de uma série de exercícios respiratórios e vocais, cuja finalidade é aquecer a musculatura das pregas vocais antes de uma atividade mais intensa para evitar sobrecarga, o uso inadequado ou um quadro de fadiga vocal. O aquecimento vocal tem como objetivo preservar a saúde vocal.

Além disso, este procedimento quando realizado regularmente traz melhora na produção da voz, ou seja, permite melhor vibração e flexibilidade das pregas vocais, maior intensidade e projeção do som. E ainda possibilita mais clareza na emissão das palavras.

No aquecimento vocal, seguimos uma sequência de exercícios que tem como função:

1: Reorganizar a respiração (o ideal é a respiração com predomínio inferior);

2: Alongar as pregas vocais;

3: Equilibrar ressonância (os ressonadores são as estruturas internas do corpo que vibram quando são atingidos pela voz. Têm a função de amplificar e modificar os sons. São elas: laringe, faringe, cavidade oral e nasal);

4: Favorecer a articulação (Os articuladores são responsáveis pela formatação das vogais e consoantes).

Em média os exercícios de aquecimento devem durar 10minutos.

O desaquecimento vocal é igualmente importante, pois ajuda a diminuir principalmente o volume da voz, evitando que o comunicador continue com uma projeção vocal necessária para falar a um número maior de pessoas, o que significaria um abuso vocal.


DICAS IMPORTANTES PARA UMA BOA APRESENTAÇÃO

  • Leia bastante  sobre o tema que voçê irá abordar.
  • Prepare pessoalmente sua aula/ apresentação/ argumentação.
  • Saiba mais do que voçê vai apresentar, assim voçê estará preparado para as perguntas.
  • Ao preparar a aula lembre-se do tempo que voçê terá para sua apresentação e os recursos disponíveis no local.
  • Treine sua aula e, se possível, grave ou filme seu treino. Assista e observe:
    • Sua velocidade de fala não deve estar acelerada demais ou lenta demais;
    • Sua variação de entonação deve permitir ao ouvinte compreender o que é mais importante para voçé;
    • A escolha das palavras deve estar adequada ao  público a que voçê irá se apresentar;
  • Enquanto treina sua aula, procure pensar em exemplos vividos por voçê ou por outros, que ilustrem a importância do tema.
  • Decore as partes mais importantes, dispensando a necessidade de recorrer continuamente ao papel.
  • Treine especialmente o início da sua apresentação. Os minutos iniciais são fundamentais para prender a atenção do ouvinte e, em geral, são os minutos de maior nervosismo por parte do apresentador.
  • Enquanto estiver se apresentando, procure observar sua platéia, perceba os pontos que aparentam causar mais interesse e explore-os mais.
  • Ter um tempo para as perguntas no final ajuda a organizar a apresentação em relação ao tempo, principalmente, quando a platéia é numerosa.
  • Fique atento a sua fala para evitar barreiras verbais e esteriótipos recorrentes como "entendeu?", "certo?", "tá", "né", "percebe".
  • Mostre ao público aquilo que é importante na sua fala enfatizando as palavras importantes. Utilize pausas para que o ouvinte possa ter um pequeno tempo para refletir sobre a informação.
  • Observe sua postura corporal, a movimentação das suas mãos e a expressão do seu rosto.
  • Procure movimentar as mãos de forma natural.
  • Evite constantemente passar a mão no cabelo e verifique se o cabelo não está escondendo seu rosto. Evite roer as unhas enquanto se apresenta.
  • Escolha uma roupa que seja adequada ao evento, respeitando o seu estilo próprio. Evite roupas que chamam mais atenção que sua fala.
  • Se for utilizar o microfone evite testá-lo com batidas ou sopro, faça o teste falando uma frase, como: "boa noite".
  • Importante grave e filme sempre sua fala durante os treinos, assim, voçê poderá observar suas falhas e saná-las.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS QUE DEVEM SER OBSERVADAS NAS CRIANÇAS COM RESPIRAÇÃO BUCAL

  • Crianças que babam e roncam à noite, muitas vezes acordando com a boca seca;
  • Olfato prejudicado, ocorrendo diminuição gustativa e redução do apetite;
  • Crianças irritadas por noites mal dormidas, que ficam extremamente hiperativas ou sonolentas;
  • Baixo rendimento escolar;
  • Apresentam olheiras;
  • Assimetrias faciais;
  • Respiração ruidosa;
  • Mastigação ruidosa;
  • Mastigação de boca aberta;
  • Posturas anormais (anteriorização de ombro e cabeça);
  • Língua com postura inadequada;
Importante  que a família esteja atenta para observar se à criança possui algumas dessas características acima citadas, para que se possa tratar precocemente.
A criança que apresenta esse tipo de respiração poderá necessitar do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, como médico, ortodontista e fonoaudiólogo.
Em primeiro passo, deverá recorrer a um pediatra ou ao otorrinolaringologista para, após, podermos iniciar o tratamento fonoaudiológico, o qual constará de treino para a aprendizagem do uso do nariz, promovendo a respiração correta, além de adequar todas as estruturas e funções orofaciais, que ficaram prejudicadas, proporcionando um desenvolvimento harmonioso da face.

domingo, 24 de abril de 2011

CUIDE DA SUA AUDIÇÃO

AUDIÇÃO


1) Ouvido Externo: capta e orienta a fonte sonora para o canal auditivo externo, protege a membrana timpânica;

2) Ouvido Médio: condutor e transdutor da onda sonora.

3) Ouvido Interno: responsável pela transformação das ondas de compressão em impulsos nervosos que são enviados ao cérebro para serem interpretados.

O ouvido ou orelha humana pode distinguir cerca de 400.000 sons diferentes, alguns fracos o suficiente para mover a membrana timpânica. O ouvido humano registra sons que vão de 20 Hz (Hertz) até 20000 Hz.

Uma pessoa pode ouvir desde o som de um mosquito numa tarde silenciosa de verão ou de um avião a jacto que aparece a voar no céu.

CUIDADOS COM A AUDIÇÃO

• Evitar colocar objetos no ouvido;

• Realizar periodicamente avaliação com o fonoaudiólogo e otorrino;

• Trocar o fone de ouvido em cada 1h;

• Repouso auditivo;

• Ficar atento aos zumbidos;

• Evitar exposição a ruídos intensos em boates e danceterias;

• Adotar volume moderado da televisão e do aparelho de som;

• Fones de ouvido de mp3 por mais de uma hora seguida, por exemplo, recomenda-se fazê-lo em volume baixo.





























A REGENERAÇÃO DAS CÉLULAS CILIADAS MAIS PRÓXIMA?

Pesquisadores da Universidade de Washington teriam identificado uma via de sinalização intercelular que informa a futura localização dos orgãos sonsoriais da orelha do camundongo embrionário. Os cientistas teriam conseguido ativar o sinal através do tecido embrionário destinado a se tornar a orelha interna. Eles registraram um crescimento de estruturas sensoriais em áreas onde normalmente elas não existem. Essas novas estruturas contavam com células ciliadas.
O trabalho foi publicado no journal Proceedings of the National Academy of Sciences. Os pesquisadores não escondem o interesse que poderia ter a descoberta na perspectiva da regeneração das células sensoriais de uma orelha interna em processo de envelhecimento.
O objetivo das pesquisas é encontrar caminhos para a restauração das células ciliadas perdidas por causa da idade, de um trauma ou de outra forma de toxicidade.
Dito de maneira mais precisa, a equipe descobriu que a via de sinalização Notch é importante para o estabelecimento das estruturas iniciais das células maduras, o que poderia explicar a incapacidade de regeneração de células ciliadas no adulto. No futuro, a equipe pretende estudar os meios que poderiam permitir ativar a via de sinalização Notch.

APORVEITAR MELHOR AS OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA A PRESBIACUSIA

Avalia-se que 25% das pessoas de 65 a 75 anos sofrem de presbiacusia (perda da audição pela idade), neurosensorial bilateral nas altas frequências (sons agudos). Este número sobe para 70 a 80% para os com mais de 75 anos. O Royal National Institute of Deaf People, uma ONG baseada em Londres, aponta que, em 2050, poderá haver 900 milhões de pessoas portadoras com está configuração de perda. Contudo somente 20% dos sujeitos que poderiam se beneficiar de algum tratamento usam aparelhos auditivos. Entre eles, de 25 a 40% deixam de usá-los após um tempo. Por outro lado, o número de opções disponíveis hoje deveria permitir que a maioria tivesse benefício dentre as possibilidades mais adequadas e cada vez mais personalizadas.

sábado, 23 de abril de 2011


SAÚDE VOCAL: Cuidados com a Voz



O cuidado com a saúde vocal consiste de algumas normas básicas para conservação de uma boa voz e a prevenção de alterações e doenças. Tais condutas devem ser seguidas por todos, especialmente aqueles que utilizam a voz profissionalmente ou que apresentam predisposição a distúrbios vocais.

 HIDRATAÇÃO – Beber no mínimo 10 copos de água por dia em temperatura ambiente.

 ABUSO E MAU USO VOCAL – Evitar gritar, tossir, pigarrear, fazer competição sonora, sorrir alto, falar ou cantar em excesso, fazer uso excessivo da voz diante de quadros alérgicos ou infecciosos.

 ÁLCOOL E FUMO – Evitar fazer uso de álcool e fumo, principalmente durante exercício da profissão, pois a fumaça irrita a mucosa da laringe favorecendo o acúmulo de secreções nas pregas vocais e ressecamento da mucosa.

 ALIMENTAÇÃO – Evitar alimentos pesados e condimentados, chocolates, leite e derivados, balas, pastilhas e sprays; alimentos e bebidas geladas ou gasosas, bebidas que contenham cafeína (café, chá preto e outros). Consumir comidas leves, verduras e frutas (melão, mamão, manga, maçã e outros), água abundante em pequenos goles, barras de cereal de frutas sem chocolate, sucos de frutas não cítrico.

 AMBIENTE – Ingerir bastante água em ambientes com ar condicionado, pois o uso da voz em ambientes climatizados pode provocar ressecamento do trato vocal, evitar mudanças bruscas de temperatura.

 VESTIMENTAS – Utilizar roupas que permitam a movimentação livre do corpo, principalmente do pescoço e abdomêm. Evitar roupas ou enfeites apertados na região do pescoço e da cintura.















O QUE É FONOAUDIOLOGIA?

"A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."

O fonoaudiólogo atua em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológica na área da comunicação oral e escrita, voz e audição. Pode atuar sozinho ou em conjunto com outros profissionais de saúde em clínicas, creches, escolas (comuns e especiais) e comunidades, incluindo o Programa de Saúde da Família, unidades básicas de saúde, hospitais, emissoras de rádio e televisão, teatro, home care (atendimento domiciliar), empresas de próteses auditivas, indústrias, centros de reabilitação, entre outros.

Além disso, também trabalha com distúrbios na alimentação, como disfagia e outras dificuldades alimentares. É ele quem reabilita pacientes neuropatas na área de linguagem e alimentação bem como deficientes auditivos. Realiza exames audiométricos, sendo o profissional especializado na audição e na reabilitação de voz.

1. Importância da Interdisciplinaridade na Avaliação das Disfagias: Avaliação Clínica e Videofluoroscópica da Deglutição

O tratamento, de inicio terá que ter uma equipe multidisciplinar, na qual o fonoaudiólogo deverá estar inserido, e que seja promovida sempre a interdisciplinaridade visando o bem-estar do paciente. O fonoaudiólogo deverá ter especialização apropriada por meio de cursos, de estágio, e , principalmente, de sua própria motivação e interesse, de modo que possa utilizar a fundamentação desse método.

A reabilitação do paciente disfágico, não deve ser realizada isoladamente por um profissional, porque o sucesso da fonoterapia depende da união de informações de cada profissional envolvido com os sistemas estomatognático e respiratório, dentre outros sistemas.

Geralmente tais profissionais são os da equipe médica (clinico geral, neurologista, pneumologista, otorrinolaringologista, neonatologista, gastroenterologista endocrinologista, nutricionista, geriatra, farmacologista, odontologista etc.) da equipe de enfermagem e da equipe de reabilitação (fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, etc.).

O somatório de informações de todos esses profissionais faz com que tenham uma visão global do estado do paciente, facilitando o diagnóstico, o prognóstico e um planejamento terapêutico mais conveniente.

O Médico:






 Cuidando das questões medicamentosas e cirúrgicas (quando necessário). Esta relacionado, principalmente, com as doenças de base, por exemplo: neurologista, otorrinolaringologista, gastroenterologista, clinico geral, cirurgião, geriatra e radiologista (para exames).


• O Enfermeiro:




 Cuida do posicionamento correto da sonda enteral ou parenteral, colocação, manuseio e retirada da traqueostomia e da gastrotomia. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem precisam estar sempre bem informados, nas somente através do prontuário, mas também de conversa sobre o tipo de disfagia que o paciente apresenta.

• O Nutricionista:





 Busca a dieta equilibrada, auxiliando na composição de tipos de alimentos. Quando o paciente esta sob os cuidados de um nutricionista, precisamos informar a esses profissionais sobre a evolução das consistências nos testes e com relação a quantidades, saber quando é possível diminuir a nutrição via sonda para aumentarmos gradativamente por via oral.

O Fisioterapeuta:




 É responsável pelo manuseio, troca e retirada das cânulas de pacientes traqueostomizados e, ainda, por tudo o que diz respeito à fisioterapia respiratória nas aspirações e acompanhamento da recuperação do quadro pulmonar na área motora, auxiliando no posicionamento do paciente.


• O Fonoaudiólogo:






 É responsável pela avaliação, planejamento terapêutico e acompanhamento no que concerne ao distúrbio da deglutição do paciente, ate a alta. Antes que seja iniciado qualquer tratamento, o fonoaudiólogo devera tomar conhecimento da problemática do paciente pelos laudos médicos, do prontuário e de relatos de familiares.
Exame clinico:


É de grande importância o exame clinico antes dos exames instrumentais, das medidas temporais da deglutição e da avaliação fonoaudiológica.

Convêm que o exame clinico preceda os estudos radiográficos, porque fornece pareceres sobre qual a melhor preparação para estes e também sobre o manuseio do paciente. Especialmente, o exame clinico dará informações importantes em relação ao foco disfágico, se é oral ou faríngeo, se o paciente esta apto ou não para o exame radiográfico, se ele tem habilidade de aceitar alimento no interior da boca e a sua reação em relação aos vários gostos, temperaturas e texturas de substâncias alimentares ou não, na sua cavidade oral. A presença de qualquer apraxia na deglutição ou qualquer reflexo, postura e necessidade comportamental anormal do paciente devera ser detectada durante o estudo radiográfico.

O exame clinico para o paciente interno ou externo do hospital, de acordo com as suas possibilidades individuais, deve conter uma completa revisão da história médica, de modo que possa concluir:

• Problemas médicos atuais e anteriores, focalizando os que talvez causem a disfagia.

• Medicações prescritas recentemente e as atuais.

• História da desordem da deglutição.

• Presença, tipo e duração da colocação de qualquer dispositivo aéreo (traqueostomia, ventilação mecânica, intubação).

• Presença, tipo e duração satisfatória de nutrição por via oral ou sonda de alimentação.

• Observação sobre secreção.

• Consciência, cognição, linguagem receptiva e expressiva do paciente.

• Anatomia oral.

• Avaliação de controle motor-oral.

• Avaliação dos reflexos de gag e velopalatino.

• Exame da sensibilidade oral usando-se toque suave.

• Triagem alimentar quando é possível ser realizada dieta de prova em que se selecionam pequenos pedaços de alimento.

Exames Instrumentais

Para complementação do exame clinico da deglutição utilizam-se, na atualidade, os seguintes exames: Videofluoroscopia, ultrasonografia, nasofibroscopia, manometria, cintilografia e ausculta cervical.

VIDEOFLUOROSCÓPIA


Para o estudo de deglutição, usa-se o contraste Barium modificado. Este pode ser liquido, pastoso e em pó, misturado ao alimento que é ingerido pelo paciente. Ele permitira estudar a anatomia e a fisiologia durante as fases da deglutição, dinamicamente, desde a fase oral à esofágica; ajudara a definir o manuseio e as estratégias de tratamento que melhorarão a disfagia orofaríngea do paciente, para que degluta com segurança e eficiência. Este exame consegue estimar, quantitativamente, a aspiração antes, durante ou após o processo da deglutição.

Para realização deste procedimento, os aparelhos necessários constituem-se do equipamento de raios X com monitor conectado a um videocassete ou aparelho de DVD de boa qualidade, a imagem fluoroscópica é gravada em fita de vídeo ou DVD, permitindo analises posteriores, inclusive com utilização de câmera lenta para o auxilio em investigações minuciosas.

Inicia-se o exame sempre tentando adequar a melhor consistência e quantidade para o individuo. Preferencialmente objetiva-se que a primeira deglutição seja sem orientações posturais e de manobras de proteções das vias aéreas, para se ter idéia do padrão da deglutição que o paciente esta fazendo uso. Em casos nos quais o paciente tenha risco de aspiração, e no momento da avaliação o mesmo não tenha condição adequada, o exame já deve ser iniciado com todas as adaptações posturais e de manobras de proteções das vias aéreas indicadas, para que não seja exposto a riscos desnecessários.

A interpretação dos achados será classificada em alterações de fase preparatória, oral e faríngea, todo o exame é analisado em todas as consistências e quantidades avaliadas, para ao termino, concluirmos se existe ou não uma melhor opção de adaptação de consistências e quantidades, posturais e manobras de proteções das vias aéreas.








Referências Bibliográficas

1. Tratado da deglutição e disfagia – no adulto e na criança. Livraria e Editora Revinter, 2010.

2. Disfagia; estudo e reabilitação, Rio de Janeiro: Revinter, 2010.

3. Tratamento fonoaudiológico da disfagia e a prática da bioética. Livraria e Editora Revinter, 2010.



























































O QUE É DEGLUTIÇÃO?

Deglutição é o ato de deslocar o alimento da boca até o estômago. A deglutição começa quando o alimento é colocado na boca, onde é mastigado e sofre a ação da saliva, formando o que chamamos de bolo alimentar (alimento pronto para ser deglutido). A língua pressiona esse bolo contra o palato duro (¨céu da boca¨), empurrando-o para trás, provocando a deglutição.

A fase seguinte ocorre independente da nossa vontade e muito rapidamente, fazendo com que diversas ações aconteçam, como, por exemplo, o fechamento entre a boca e o nariz. Nesta fase a laringe (órgão que contém as nossas pregas vocais) se eleva e vai para frente. Assim, o bolo alimentar pode ser levado com segurança até o esôfago pelos músculos da faringe (¨garganta¨) e depois para o estômago para ser digerido.

Como pôde ser percebido, o mecanismo da deglutição não é nada simples e sim repleto de ações que devem ocorrer em conjunto, com perfeita sincronia. Então, uma deglutição eficiente é aquela que conduz o alimento sem dificuldade até ao estômago.


FONOAUDIÓLOGO

O fonoaudiólogo está diretamente envolvido no diagnóstico e tratamento de pacientes disfágicos, por ser o responsável pela reeducação das estruturas orais e laríngeas.

O trabalho fonoaudiológico com paciente disfágicos utiliza técnicas e procedimentos que visam reabilitar a deglutição, tornando-a mais segura e eficiente. Muitas vezes, são necessárias modificações nas consistências do alimento a ser dado ao paciente e na maneira dele engolir.

Além do acompanhamento do profissional fonoaudiológico, é importante que os procedimentos, por ele orientados, sejam aplicados na casa do paciente. Para que isso ocorra, contamos com a participação de um membro da família que será treinado a dar continuidade à terapia em casa, funcionando como um agente reabilitador.






APRESENTAÇÃO DO ALIMENTO / ESTRATÉGIAS DE ALIMENTAÇÃO


APRESENTAÇÃO DO ALIMENTO

Abuse de cores, sabores e cheiros, mas sem deixar de lado as preferências do paciente (sempre se tem mais prazer em comer o que se gosta). Então para ajudar que o paciente disfágico tenha mais motivação ao se alimentar, a comida deve ser apresentada de forma prazeroza. Sempre seguir as consistências alimentares estabelecidas pelo fonoaudiólogo.


ESTRATÉGIAS DE ALIMENTAÇÃO

O cuidador que estiver administrando a alimentação deve sempre estar posicionado na mesma altura do paciente;


• Oferecer ao paciente uma colher de chá de alimento por vez;

• Ter paciência durante as refeições;

• Cuidado para não misturar alimentos de consistências diferentes ao mesmo tempo, como por exemplo liquidos e sólidos (sopa com pedaços de carnes e vegetais); as sopas cremosas são as melhores;

• Certificar-se que o paciente terminou de engolir o alimento, antes de oferecer a proxíma colherada;

• Se for observada a presença de restos de alimentos depois de engolir, insira novamente a colher vazia na boca do paciente para estimula-lo a engolir novamente e limpe os resíduos deixados na boca.

• Alimentar sempre o paciente pelo lado bom (alguns pacientes que sofreram AVC, por exemplo, apresentam um lado mais fraco);

• Se o paciente tossir, não fornecer líquido de imediato, pois a tosse é um reflexo de proteção;

• Encorajar ao máximo o paciente a se alimentar por conta prórpria, de maneira a maximizar sua indepéndência.




















POSTURA NA CAMA / POSTURA NA CADEIRA:






POSTURA NA CAMA

Uma boa postura adequada é extremamente importante para prevenir engasgos e pneumonias por aspiração.



• Manter elevada a cabeça do paciente;


• Colocar um travesseiro de apoio na parte inferior das costas, e outros adicionais dos lados e embaixo dos joelhos do paciente (para evitar que este escorregue).


• Elevar a cabeceira da cama de 70 a 90º.



POSTURA NA CADEIRA


• Manter o paciente sentado em posição ereta;

• Usar travesseiros ou toalhas enroladas, caso ele tenda a pender para os lados;

• Certificar-se que o paciente esta bem encostado na parte de trás da cadeira;

• Evitar hiperextensão do pescoço; a cabeça deve ficar pendendo ligeiramente para a frente de forma a proteger as vias aéreas.


AMBIENTE DE ALIMENTAÇÃO E TEMPO DE REFEIÇÃO




O local em que o paciente com disfagia fará suas refeições deverá ser um local tranqüilo. Mantenha desligado televisor, rádios ou qualquer outro aparelho que possa distrair a atenção do paciente durante as suas refeições.






TEMPO DE REFEIÇÃO


O paciente não deve ser apressado durante as refeições, porém, se o paciente estiver gastando muito tempo em uma única refeição, ele pode estar gastando mais energia para se alimentar do que esta ganhando do alimento. O tempo de uma refeição principal (café da manhã, almoço e jantar) poderá durar no máximo 30 minutos. Se o paciente estiver levando tempo demais para se alimentar comunique ao fonoaudiólogo ou alguém da equipe.

FATORES QUE INFLUENCIAM O MECANISMO DA DEGLUTIÇÃO:

Acidente vascular cerebral (AVC);

• Traumatismo crânio-encefálico (TCE);

• Doenças neuromusculares progressivas;

• Desordens musculares primárias;

• Doença de Alzheimer em estágio final;

• Câncer de cabeça e pescoço;

• Envelhecimento;

O QUE É DISFAGIA?

É uma dificuldade para deglutir (engolir o alimento), que ocorre quando algo de errado acontece enquanto nós engolimos, fazendo com que o alimento tenha dificuldades de chegar de maneira segura até ao estômago. Quando isso ocorre o alimento pode cair nos pulmões. O individuo pode ter pneumonia e comprometer a sua saúde.

SINAIS E SINTOMAS DA DISFAGIA

• Reflexos de mordida, abertura de boca;

• Acúmulo de alimento na boca;

• Dificuldade de mastigar o alimento;

• Alimento sai pelo nariz;

• Cansaço durante as refeições;

• Tosse (antes, durante ou depois das refeições);

• Voz molhada depois de se alimentar;

• Dificuldade em engolir remédios e certos tipos de alimentos;

• Dor ao deglutir (engolir o alimento);

• Engasgos;

• Sonolência durante as alimentações, fazendo com que o paciente modifique o seu grau de atenção;

• Sudorese: suor intenso durante as refeições;

• Pneumonias repetitivas;

• Alterações de coloração da pele do rosto enquanto o paciente se alimenta.

Ao perceber esses sinais ou, então, outros que não são comuns, informe seu médico e o profissional fonoaudiólogo. Na presença de qualquer duvida, ou qualquer acontecimento que não seja normal, o fonoaudiólogo deverá ser informado.