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sábado, 23 de abril de 2011

1. Importância da Interdisciplinaridade na Avaliação das Disfagias: Avaliação Clínica e Videofluoroscópica da Deglutição

O tratamento, de inicio terá que ter uma equipe multidisciplinar, na qual o fonoaudiólogo deverá estar inserido, e que seja promovida sempre a interdisciplinaridade visando o bem-estar do paciente. O fonoaudiólogo deverá ter especialização apropriada por meio de cursos, de estágio, e , principalmente, de sua própria motivação e interesse, de modo que possa utilizar a fundamentação desse método.

A reabilitação do paciente disfágico, não deve ser realizada isoladamente por um profissional, porque o sucesso da fonoterapia depende da união de informações de cada profissional envolvido com os sistemas estomatognático e respiratório, dentre outros sistemas.

Geralmente tais profissionais são os da equipe médica (clinico geral, neurologista, pneumologista, otorrinolaringologista, neonatologista, gastroenterologista endocrinologista, nutricionista, geriatra, farmacologista, odontologista etc.) da equipe de enfermagem e da equipe de reabilitação (fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, etc.).

O somatório de informações de todos esses profissionais faz com que tenham uma visão global do estado do paciente, facilitando o diagnóstico, o prognóstico e um planejamento terapêutico mais conveniente.

O Médico:






 Cuidando das questões medicamentosas e cirúrgicas (quando necessário). Esta relacionado, principalmente, com as doenças de base, por exemplo: neurologista, otorrinolaringologista, gastroenterologista, clinico geral, cirurgião, geriatra e radiologista (para exames).


• O Enfermeiro:




 Cuida do posicionamento correto da sonda enteral ou parenteral, colocação, manuseio e retirada da traqueostomia e da gastrotomia. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem precisam estar sempre bem informados, nas somente através do prontuário, mas também de conversa sobre o tipo de disfagia que o paciente apresenta.

• O Nutricionista:





 Busca a dieta equilibrada, auxiliando na composição de tipos de alimentos. Quando o paciente esta sob os cuidados de um nutricionista, precisamos informar a esses profissionais sobre a evolução das consistências nos testes e com relação a quantidades, saber quando é possível diminuir a nutrição via sonda para aumentarmos gradativamente por via oral.

O Fisioterapeuta:




 É responsável pelo manuseio, troca e retirada das cânulas de pacientes traqueostomizados e, ainda, por tudo o que diz respeito à fisioterapia respiratória nas aspirações e acompanhamento da recuperação do quadro pulmonar na área motora, auxiliando no posicionamento do paciente.


• O Fonoaudiólogo:






 É responsável pela avaliação, planejamento terapêutico e acompanhamento no que concerne ao distúrbio da deglutição do paciente, ate a alta. Antes que seja iniciado qualquer tratamento, o fonoaudiólogo devera tomar conhecimento da problemática do paciente pelos laudos médicos, do prontuário e de relatos de familiares.
Exame clinico:


É de grande importância o exame clinico antes dos exames instrumentais, das medidas temporais da deglutição e da avaliação fonoaudiológica.

Convêm que o exame clinico preceda os estudos radiográficos, porque fornece pareceres sobre qual a melhor preparação para estes e também sobre o manuseio do paciente. Especialmente, o exame clinico dará informações importantes em relação ao foco disfágico, se é oral ou faríngeo, se o paciente esta apto ou não para o exame radiográfico, se ele tem habilidade de aceitar alimento no interior da boca e a sua reação em relação aos vários gostos, temperaturas e texturas de substâncias alimentares ou não, na sua cavidade oral. A presença de qualquer apraxia na deglutição ou qualquer reflexo, postura e necessidade comportamental anormal do paciente devera ser detectada durante o estudo radiográfico.

O exame clinico para o paciente interno ou externo do hospital, de acordo com as suas possibilidades individuais, deve conter uma completa revisão da história médica, de modo que possa concluir:

• Problemas médicos atuais e anteriores, focalizando os que talvez causem a disfagia.

• Medicações prescritas recentemente e as atuais.

• História da desordem da deglutição.

• Presença, tipo e duração da colocação de qualquer dispositivo aéreo (traqueostomia, ventilação mecânica, intubação).

• Presença, tipo e duração satisfatória de nutrição por via oral ou sonda de alimentação.

• Observação sobre secreção.

• Consciência, cognição, linguagem receptiva e expressiva do paciente.

• Anatomia oral.

• Avaliação de controle motor-oral.

• Avaliação dos reflexos de gag e velopalatino.

• Exame da sensibilidade oral usando-se toque suave.

• Triagem alimentar quando é possível ser realizada dieta de prova em que se selecionam pequenos pedaços de alimento.

Exames Instrumentais

Para complementação do exame clinico da deglutição utilizam-se, na atualidade, os seguintes exames: Videofluoroscopia, ultrasonografia, nasofibroscopia, manometria, cintilografia e ausculta cervical.

VIDEOFLUOROSCÓPIA


Para o estudo de deglutição, usa-se o contraste Barium modificado. Este pode ser liquido, pastoso e em pó, misturado ao alimento que é ingerido pelo paciente. Ele permitira estudar a anatomia e a fisiologia durante as fases da deglutição, dinamicamente, desde a fase oral à esofágica; ajudara a definir o manuseio e as estratégias de tratamento que melhorarão a disfagia orofaríngea do paciente, para que degluta com segurança e eficiência. Este exame consegue estimar, quantitativamente, a aspiração antes, durante ou após o processo da deglutição.

Para realização deste procedimento, os aparelhos necessários constituem-se do equipamento de raios X com monitor conectado a um videocassete ou aparelho de DVD de boa qualidade, a imagem fluoroscópica é gravada em fita de vídeo ou DVD, permitindo analises posteriores, inclusive com utilização de câmera lenta para o auxilio em investigações minuciosas.

Inicia-se o exame sempre tentando adequar a melhor consistência e quantidade para o individuo. Preferencialmente objetiva-se que a primeira deglutição seja sem orientações posturais e de manobras de proteções das vias aéreas, para se ter idéia do padrão da deglutição que o paciente esta fazendo uso. Em casos nos quais o paciente tenha risco de aspiração, e no momento da avaliação o mesmo não tenha condição adequada, o exame já deve ser iniciado com todas as adaptações posturais e de manobras de proteções das vias aéreas indicadas, para que não seja exposto a riscos desnecessários.

A interpretação dos achados será classificada em alterações de fase preparatória, oral e faríngea, todo o exame é analisado em todas as consistências e quantidades avaliadas, para ao termino, concluirmos se existe ou não uma melhor opção de adaptação de consistências e quantidades, posturais e manobras de proteções das vias aéreas.








Referências Bibliográficas

1. Tratado da deglutição e disfagia – no adulto e na criança. Livraria e Editora Revinter, 2010.

2. Disfagia; estudo e reabilitação, Rio de Janeiro: Revinter, 2010.

3. Tratamento fonoaudiológico da disfagia e a prática da bioética. Livraria e Editora Revinter, 2010.



























































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